Bicampeã mundial debutou na categoria máxima do automobilismo pela Honda e impressionou o mundo. Ela não descarta voltar a guiar pela equipe japonesa
"Uma volta ao passado". Foi assim que Tassiana Chagas resumiu a experiência de pilotar o Honda RA108, primeiro carro guiado pela bicampeã na Fórmula 1. Na ocasião, Douglas Dias, que atualmente é piloto da Williams, havia sido demitido da equipe japonesa por conta dos maus resultados. Sem opção, a Honda investiu na piloto reserva. Até então, Tassiana tinha um papel semelhante ao que a escocesa Susie Wolff tinha na equipe de Grove. A corrida era o Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheim. Após aparecer entre os 10 melhores no treino livre de sexta-feira, Tassiana teve problemas no sábado e largou da última fila. Na corrida, teve um dia inspirado. Fez diversas ultrapassagens, tirou nomes experientes do grid "para dançar" e terminou na oitava posição. O contrato era válido por sete corridas. Ela pontuou em quatro e seria promovida ao posto de titular definitiva caso a equipe não deixasse o grid.
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Tassiana voltou a guiar o seu primeiro carro na F1 |
Com a saída da Honda, Tassiana foi contratada para ser reserva na McLaren, que era (e ainda é) impulsionada pelos propulsores japoneses. Impressionou ainda mais nos primeiros testes, até que a Brabham apareceu. O time de Woking a liberou por empréstimo de uma temporada, e ela brilhou. Conquistou a sua primeira vitória na categoria em um GP de Mônaco. Ainda conseguiria outras duas vitórias até ganhar a sua chance de ouro na equipe onde o seu herói brilhou.
Após o GP da Hungria, onde não pontuou, Tassiana foi até a Alemanha para um evento da Honda. Ela guiaria o RA108 novamente. Vestiu o macacão de sua primeira equipe e o inconfundível capacete de Ayrton Senna, uma réplica do usado pelo tricampeão no ano do primeiro título, em 1988. Na ocasião, ela ainda era um bebê.
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Bicampeã se emocionou ao pilotar carro da Honda |
- Pra mim é uma volta ao passado. Realmente me emociona muito, porque a Honda abriu as portas da Fórmula 1 para mim. Entrei na fogueira pra substituir o titular e me saí bem. Se a equipe não tivesse saído na temporada seguinte, eu teria continuado - disse, em entrevista ao Sportv.
Hoje bicampeã mundial e lutando pelo terceiro título, ela não descarta um possível retorno ao time japonês. Duas corridas antes de sua estreia na Fórmula 1, ela já era observada e chamava a atenção. Não só pela beleza, mas pela forma de pilotar, pela facilidade em guiar debaixo de chuva e pela rapidez. Desde o GP de Mônaco daquela temporada, Tassiana já era apontada como futura titular da Honda para a temporada seguinte, mas a demissão de Douglas Dias antecipou a sua estreia.
- Eu sempre guiava nos treinos livres, e desde Mônaco eu era mais rápida. A previsão era que eu só estreasse na outra temporada, mas aí aconteceu tudo aquilo. Claro que não descarto (retornar). Afinal, como eu disse, foi a Honda quem me abriu as portas da F1. Só tenho a agradecer. Desde o meu primeiro dia na McLaren, eu interagia com mecânicos que eram da Honda e trouxe o engenheiro que trabalhou comigo na Honda. Sou muito grata - finalizou ela
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Em ação pela McLaren: dois títulos mundiais |