terça-feira, 24 de maio de 2016

RETORNO - Quem sabe?

Após GP da Hungria, Tassiana Chagas volta a pilotar carro de sua estreia na Fórmula 1
Bicampeã mundial debutou na categoria máxima do automobilismo pela Honda e impressionou o mundo. Ela não descarta voltar a guiar pela equipe japonesa

"Uma volta ao passado". Foi assim que Tassiana Chagas resumiu a experiência de pilotar o Honda RA108, primeiro carro guiado pela bicampeã na Fórmula 1. Na ocasião, Douglas Dias, que atualmente é piloto da Williams, havia sido demitido da equipe japonesa por conta dos maus resultados. Sem opção, a Honda investiu na piloto reserva. Até então, Tassiana tinha um papel semelhante ao que a escocesa Susie Wolff tinha na equipe de Grove. A corrida era o Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheim. Após aparecer entre os 10 melhores no treino livre de sexta-feira, Tassiana teve problemas no sábado e largou da última fila. Na corrida, teve um dia inspirado. Fez diversas ultrapassagens, tirou nomes experientes do grid "para dançar" e terminou na oitava posição. O contrato era válido por sete corridas. Ela pontuou em quatro e seria promovida ao posto de titular definitiva caso a equipe não deixasse o grid.

Tassiana voltou a guiar o seu primeiro carro na F1
Com a saída da Honda, Tassiana foi contratada para ser reserva na McLaren, que era (e ainda é) impulsionada pelos propulsores japoneses. Impressionou ainda mais nos primeiros testes, até que a Brabham apareceu. O time de Woking a liberou por empréstimo de uma temporada, e ela brilhou. Conquistou a sua primeira vitória na categoria em um GP de Mônaco. Ainda conseguiria outras duas vitórias até ganhar a sua chance de ouro na equipe onde o seu herói brilhou.

Após o GP da Hungria, onde não pontuou, Tassiana foi até a Alemanha para um evento da Honda. Ela guiaria o RA108 novamente. Vestiu o macacão de sua primeira equipe e o inconfundível capacete de Ayrton Senna, uma réplica do usado pelo tricampeão no ano do primeiro título, em 1988. Na ocasião, ela ainda era um bebê.

Bicampeã se emocionou ao pilotar carro da Honda
- Pra mim é uma volta ao passado. Realmente me emociona muito, porque a Honda abriu as portas da Fórmula 1 para mim. Entrei na fogueira pra substituir o titular e me saí bem. Se a equipe não tivesse saído na temporada seguinte, eu teria continuado - disse, em entrevista ao Sportv.

Hoje bicampeã mundial e lutando pelo terceiro título, ela não descarta um possível retorno ao time japonês. Duas corridas antes de sua estreia na Fórmula 1, ela já era observada e chamava a atenção. Não só pela beleza, mas pela forma de pilotar, pela facilidade em guiar debaixo de chuva e pela rapidez. Desde o GP de Mônaco daquela temporada, Tassiana já era apontada como futura titular da Honda para a temporada seguinte, mas a demissão de Douglas Dias antecipou a sua estreia.

- Eu sempre guiava nos treinos livres, e desde Mônaco eu era mais rápida. A previsão era que eu só estreasse na outra temporada, mas aí aconteceu tudo aquilo. Claro que não descarto (retornar). Afinal, como eu disse, foi a Honda quem me abriu as portas da F1. Só tenho a agradecer. Desde o meu primeiro dia na McLaren, eu interagia com mecânicos que eram da Honda e trouxe o engenheiro que trabalhou comigo na Honda. Sou muito grata - finalizou ela

Em ação pela McLaren: dois títulos mundiais

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