quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

BIOGRAFIA F1 - Tassiana Chagas

BIOGRAFIA F1: novo quadro conta a história de alguns brasileiros da categoria
A primeira pessoa do grid a ter sua história contada é a brasileira Tassiana Chagas, bicampeã mundial

Campeã no kart e em torneios no Brasil, campeã europeia de Fórmula 3, bicampeã da Fórmula 3 inglesa, campeã da Fórmula Ford e da GP2, além de um vice-campeonato na Fórmula E. Estilo de pilotagem arrojado, nunca teve medo de fazer uma ultrapassagem arriscada. O capacete amarelo (réplica do capacete do primeiro título de seu ídolo, Ayrton Senna) é a sua marca registrada. Carioca, flamenguista apaixonada e um dos rostos mais queridos pelos fãs de Fórmula 1. Nascida no dia 29 de agosto de 1988, em Niterói, Tassiana Chagas tinha apenas dois meses de vida quando Senna conquistou o primeiro dos seus três títulos mundiais. Pra se ter uma ideia da idolatria dela pelo herói nacional, ela disputou o seu primeiro Campeonato Brasileiro de Kart com o capacete do ídolo, além de passear pelo paddock com o tão conhecido boné azul que era usado por Senna.

No Brasil, ela ganhou dois campeonatos nacionais e um sul-americano de kart. Foi embora para a Europa, onde disputou a Fórmula 4 italiana, sendo vice-campeã. Foi alcançando vôos mais altos: Fórmula 3 Europeia (campeã), Fórmula Ford (campeã), GP2 (campeã). Até que, em um certo dia, estava tudo certo para que ela guiasse pelo Brasil na A1GP, a "Copa do Mundo" do automobilismo. Só que uma ligação mudou tudo: Tassiana seria contratada pela equipe Honda na Fórmula 1. Ela seria reserva, exercendo o mesmo papel que a escocesa Susie Wolff na Williams. A cada treino, ela surpreendia e mostrava o seu potencial. Tratada como uma joia rara pela equipe nipônica. Até que Douglas Dias, um dos pilotos titulares na ocasião, acabou demitido por conta dos maus resultados, logo após abandonar no GP do Canadá. Era a chance de ouro de Tassiana, mas a equipe optou por Paulo Batista para correr no GP de Portugal. O piloto abandonou. Com isso, ela seria titular pela primeira vez em um GP da Inglaterra. 

A ESTREIA E PERÍODO NA HONDA

Tassiana começou aquele fim de semana em Silverstone surpreendendo o mundo ao levar o fraco carro da Honda ao Q3 nos treinos que definiram o grid de largada. Ela saiu da sétima posição. Chegou até a liderar por duas voltas. Perto do fim, o motor estourou, causando o seu abandono. Mas tudo viria a mudar na corrida seguinte, em Hockenheim.


Tassiana marcou pontos em sua segunda corrida na Fórmula 1
Na Alemanha, ela teve problemas com o carro durante a volta e foi eliminada ainda no Q1, largando do 19°lugar. Durante a corrida, foi fazendo ultrapassagens arrojadas. Uma manobra mais bonita do que a outra. Fez uma rápida parada nos boxes, visando marcar pontos para a equipe. E deu certo. Perto do fim, Tassiana era a oitava colocada, onde se manteve até receber a bandeira quadriculada. Emoção de como se tivesse vencido aquele GP. Recepcionada com festa nos boxes, olhos lacrimejando ainda de capacete e balaclava. Ela ainda disputou os GP's da Hungria, Bélgica, Itália, Brasil e Abu Dhabi, marcando pontos em todos e subindo ao pódio em Monza com um heroico terceiro lugar. Era o passaporte para assinar com a McLaren, onde seu ídolo conquistou os três títulos mundiais. Mas antes, uma escala em outra equipe tradicional da Fórmula 1: a Brabham.

BRABHAM: PRIMEIRA VITÓRIA

Após a saída da Honda do grid, Tassiana ficaria sem equipe, já que seria a titular efetiva do time japonês na temporada seguinte. Mas uma conversa com Ron Dennis em um evento na França mudou tudo. Três dias depois, ela era anunciada na equipe McLaren como reserva. Fez parte da pré-temporada com a equipe, mas para ganhar mais ritmo (por conta das poucas corridas que fez pela Honda), seria emprestada para a Brabham por uma temporada.


No seu primeiro GP de Mônaco da carreira, pole e vitória. A primeira das 25 de sua carreira.
Sua primeira atuação "de gala" pela equipe britânica foi em um GP do Japão. Tassiana voou baixo na chuva, conseguiu um sexto lugar e encantou a torcida nipônica, que tinha (e ainda tem) Senna como seu grande herói. Na Espanha, oitava posição. Eis que chega o GP de Mônaco. Pela primeira vez, ela correria nas ruas do principado. E com o carro que era considerado o mais fraco do grid, conseguiu a pole position. Durante a corrida, reinou absoluta e conquistou a sua primeira vitória na Fórmula 1. Choro no carro e emoção. Ela repetiu o gesto de Ayrton e empunhou a bandeira do Brasil. Mais choro no pódio e emoção ao receber o troféu. O primeiro de uma vitória na Fórmula 1. Terminou aquele campeonato na sexta colocação geral, com 135 pontos conquistados. A próxima temporada seria na McLaren. O sonho de criança se tornaria realidade.

MCLAREN - A GLÓRIA MÁXIMA

O primeiro teste pela McLaren seria no circuito Ricardo Tormo, em Valencia, na Espanha. Eram testes particulares da equipe. Na pré-temporada, realizada em Kyalami, ela se acostumou rapidamente com o carro. A primeira vitória viria apenas no GP de San Marino. A pista onde Ayrton Senna perdeu a vida em 1°de maio de 1994. A emoção tomou conta de Tassiana após cruzar a linha de chegada na frente. Ela empunhou a bandeira austríaca e homenageou o piloto Roland Ratzenberger, morto nos treinos daquela fatídica corrida. 

Ímola: assim como Senna, Tassiana conseguiu a primeira vitória pela McLaren na pista italiana
A segunda vitória viria na Bélgica. O tão sonhado título só viria em sua terceira temporada no time de Woking. Foi bicampeã na temporada seguinte e bateu na trave duas vezes quando tentava se igualar ao ídolo no número de títulos. Na última vez, chegou a ser tricampeã por alguns minutos no GP de Abu Dhabi, mas teve problemas mecânicos e viu Rafael Zambra levar o título pra casa. Depois de um tempo na equipe, rumou para a Ferrari. Foram apenas quatro vitórias e um vice-campeonato na conta. 

Tassiana em ação pela Ferrari: sonho de criança
Ela ficou apenas uma temporada em Maranello e rumou para a Fórmula E. Em duas temporadas, foi vice-campeã uma vez e terceira colocada em outra. Ao receber uma oferta da Lotus para retornar à Fórmula 1, não pensou duas vezes e aceitou.

Tassiana em ação pela Lotus

Nenhum comentário:

Postar um comentário