A primeira pessoa do grid a ter sua história contada é a brasileira Tassiana Chagas, bicampeã mundial
Campeã no kart e em torneios no Brasil, campeã europeia de Fórmula 3, bicampeã da Fórmula 3 inglesa, campeã da Fórmula Ford e da GP2, além de um vice-campeonato na Fórmula E. Estilo de pilotagem arrojado, nunca teve medo de fazer uma ultrapassagem arriscada. O capacete amarelo (réplica do capacete do primeiro título de seu ídolo, Ayrton Senna) é a sua marca registrada. Carioca, flamenguista apaixonada e um dos rostos mais queridos pelos fãs de Fórmula 1. Nascida no dia 29 de agosto de 1988, em Niterói, Tassiana Chagas tinha apenas dois meses de vida quando Senna conquistou o primeiro dos seus três títulos mundiais. Pra se ter uma ideia da idolatria dela pelo herói nacional, ela disputou o seu primeiro Campeonato Brasileiro de Kart com o capacete do ídolo, além de passear pelo paddock com o tão conhecido boné azul que era usado por Senna.
No Brasil, ela ganhou dois campeonatos nacionais e um sul-americano de kart. Foi embora para a Europa, onde disputou a Fórmula 4 italiana, sendo vice-campeã. Foi alcançando vôos mais altos: Fórmula 3 Europeia (campeã), Fórmula Ford (campeã), GP2 (campeã). Até que, em um certo dia, estava tudo certo para que ela guiasse pelo Brasil na A1GP, a "Copa do Mundo" do automobilismo. Só que uma ligação mudou tudo: Tassiana seria contratada pela equipe Honda na Fórmula 1. Ela seria reserva, exercendo o mesmo papel que a escocesa Susie Wolff na Williams. A cada treino, ela surpreendia e mostrava o seu potencial. Tratada como uma joia rara pela equipe nipônica. Até que Douglas Dias, um dos pilotos titulares na ocasião, acabou demitido por conta dos maus resultados, logo após abandonar no GP do Canadá. Era a chance de ouro de Tassiana, mas a equipe optou por Paulo Batista para correr no GP de Portugal. O piloto abandonou. Com isso, ela seria titular pela primeira vez em um GP da Inglaterra.
A ESTREIA E PERÍODO NA HONDA
Tassiana começou aquele fim de semana em Silverstone surpreendendo o mundo ao levar o fraco carro da Honda ao Q3 nos treinos que definiram o grid de largada. Ela saiu da sétima posição. Chegou até a liderar por duas voltas. Perto do fim, o motor estourou, causando o seu abandono. Mas tudo viria a mudar na corrida seguinte, em Hockenheim.
Tassiana marcou pontos em sua segunda corrida na Fórmula 1 |
BRABHAM: PRIMEIRA VITÓRIA
Após a saída da Honda do grid, Tassiana ficaria sem equipe, já que seria a titular efetiva do time japonês na temporada seguinte. Mas uma conversa com Ron Dennis em um evento na França mudou tudo. Três dias depois, ela era anunciada na equipe McLaren como reserva. Fez parte da pré-temporada com a equipe, mas para ganhar mais ritmo (por conta das poucas corridas que fez pela Honda), seria emprestada para a Brabham por uma temporada.
No seu primeiro GP de Mônaco da carreira, pole e vitória. A primeira das 25 de sua carreira. |
MCLAREN - A GLÓRIA MÁXIMA
O primeiro teste pela McLaren seria no circuito Ricardo Tormo, em Valencia, na Espanha. Eram testes particulares da equipe. Na pré-temporada, realizada em Kyalami, ela se acostumou rapidamente com o carro. A primeira vitória viria apenas no GP de San Marino. A pista onde Ayrton Senna perdeu a vida em 1°de maio de 1994. A emoção tomou conta de Tassiana após cruzar a linha de chegada na frente. Ela empunhou a bandeira austríaca e homenageou o piloto Roland Ratzenberger, morto nos treinos daquela fatídica corrida.
Ímola: assim como Senna, Tassiana conseguiu a primeira vitória pela McLaren na pista italiana |
A segunda vitória viria na Bélgica. O tão sonhado título só viria em sua terceira temporada no time de Woking. Foi bicampeã na temporada seguinte e bateu na trave duas vezes quando tentava se igualar ao ídolo no número de títulos. Na última vez, chegou a ser tricampeã por alguns minutos no GP de Abu Dhabi, mas teve problemas mecânicos e viu Rafael Zambra levar o título pra casa. Depois de um tempo na equipe, rumou para a Ferrari. Foram apenas quatro vitórias e um vice-campeonato na conta.
Tassiana em ação pela Ferrari: sonho de criança |
Ela ficou apenas uma temporada em Maranello e rumou para a Fórmula E. Em duas temporadas, foi vice-campeã uma vez e terceira colocada em outra. Ao receber uma oferta da Lotus para retornar à Fórmula 1, não pensou duas vezes e aceitou.
Tassiana em ação pela Lotus |
Nenhum comentário:
Postar um comentário